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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Evolução dos Instrumentos de Escrita

   Os instrumentos mais utilizados para escrever, desde a Idade Média até ao início deste século,  foram simples penas de ave talhadas. Mas a sua rápida degradação levou a que se procurassem alternativas mais duráveis. As primeiras referências a tentativas de fazer plumas em metal remontam ao Século XV, mas até ao Século XVIII só foi possível produzir pesadas réplicas das penas de ave, inadequadas para uma produção em massa. Só com a utilização do aço, no Século XIX, é que os aparos metálicos se generalizaram. Ainda assim, a sua ponta gastava-se depressa demais, pelo que se começou a utilizar o rubi na ponta dos aparos para que estes durassem mais, o que tornava esses aparos muito caros. A descoberta do irídio, do ródio, do ósmio e do paládio, metais especialmente resistentes que substituíam o rubi, permitiu finalmente a produção em massa de aparos duradouros e acessíveis. Para assegurar uma vida ainda maior a aparos de alta qualidade, o ouro começou a ser usado em substituição do aço.

   Paralelamente, desenvolveram-se esforços para dotar as penas de um reservatório de tinta, que as tornasse independentes do tinteiro. A referência mais antiga a essas pesquisas consta num manuscrito egípcio do Século X, mas só no Século XVII é que tiveram continuidade no mundo ocidental. Inúmeras patentes foram registradas até ao final do Século XIX, mas nenhuma conseguiu assegurar um fluxo de tinta seguro e regular, de forma a tornar possível uma escrita tranqüila. O problema, que residia na necessidade de assegurar a entrada de ar no reservatório para substituir a tinta que saía, só encontrou solução nos anos 1880. Apesar de não se poder considerar que tenha sido o inventor da "moderna" caneta de tinta permanente, a verdade é que Lewis Edson Waterman registrou em 1884 a patente de uma caneta com reservatório e um alimentador de ebonite por baixo do aparo. A abundância de aparos baratos que, precisamente nessa altura, se começou a verificar permitiu o desenvolvimento de um novo negócio florescente: a fabricação de canetas de aparo com reservatório independente.
   O problema seguinte que essa indústria teve de resolver foi encontrar uma forma prática e limpa de encher o reservatório. A primeira solução adotada foi a mais simples: a caneta enchia-se com um conta-gotas, sendo depois fechada tão hermeticamente quanto possível... Em seguida, as canetas começaram a armazenar a tinta dentro de um saco em material flexível. Com uma alavanca lateral ou um botão no topo do corpo, esse saco era esvaziado, para que depois sugasse tinta de um tinteiro, diretamente pelo aparo. Só que os sacos ao fim de algum tempo tinham tendência em romperem-se, com os inevitáveis resultados desastrosos. Foi por isso que se desenvolveram vários sistemas alternativos, desde o "Vacumatic" da Parker, ao enchimento por pistão dos construtores alemães Pelikan e Montblanc ou ao prático sistema aerométrico que a Parker introduziu em 1941 com a sua mítica «51». Muitos destes sistemas continuam ainda hoje a utilizar-se, oferecendo uma segurança e uma facilidade de utilização muito aceitáveis.

   Inicialmente, todas as canetas eram pretas, geralmente feitas em borracha rígida. Foi George Parker que rompeu com esta tradição ao lançar em 1921 a sua enorme «Duofold», em vermelho bem vivo. Poucos anos mais tarde começou a era dos plásticos, quando a Sheaffer começou a utilizar o celulóide para produzir canetas mais resistentes e coloridas. Nos anos trinta a  Parker «Vacumatic» lançou a moda dos corpos semitransparentes, que permitiam verificar o nível da tinta.
   Os anos 20 são considerados a "idade de ouro" das canetas de tinta permanente, com os seus aparos flexíveis e design clássico. No entanto, as canetas continuaram a ser um objeto de uso quotidiano, sem adversário até à comercialização em massa das esferográficas na década de 50 e, depois das máquinas de escrever e computadores. Mesmo com esses concorrentes de peso, as canetas de aparo continuaram a ser utilizadas e encontraram mesmo novos mercados, redescobrindo-se como objeto de luxo e símbolo de status. Mas mais importante do que isso é tornar a encontrar o prazer da escrita, com uma caneta nova ou antiga, com um aparo que se molda à nossa forma de expressão, colocando a tinta das nossas idéias sobre o papel.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

História da Caneta


A escrita foi uma das mais importantes descobertas do homem. Contudo, para a aplicação deste grande avanço, era necessária a criação de certos instrumentos.

Na escrita cuneiforme, tipo criado pelos
babilônicos, eram utilizados pedaços pontiagudos de madeira ou ossos para traçar os escritos, marcando permanentemente o bloco de argila onde eram feitos.

Algum tempo depois, os
egípcios desenvolveram o papiro, a primeira forma de papel. Consequentemente, era necessária a criação de algo para escrever nos mesmos. Desta forma, surgiu a idéia de se utilizar ossos molhados em tintas vegetais.

Durante muitos anos, as penas de ganso foram as principais formas de se escrever. Somente no final do século XVIII é que surgiu a idéia de substituir tal instrumento por um objeto manufaturado. Assim, foram criadas as penas de metal, as quais obtiveram relativo sucesso na época, embora as penas de ave continuassem a ser usadas.

Durante o século XIX, vários estudiosos tentaram desenvolver uma espécie de caneta com tinta em seu interior, o que chamamos hoje de caneta tinteiro. Em 1884, Lewis E. Waterman patenteou tal invenção.

As canetas esferográficas, principal modelo usado atualmente, surgiram em 1937 por meio do húngaro Ladislao Biro, o qual se baseou em uma caneta que não borrava e cuja tinta não secava no depósito, como fazia a velha caneta-tinteiro.
Vendo o fato de tais canetas serem mais resistentes que as convencionais e funcionarem em grandes altitudes, onde há menos pressão, o governo britânico comprou os direitos da caneta patenteada para que pudesse ser utilizada pela tripulação da Força Aérea Real. Assim, a caneta Biro ganhou grande notoriedade, já que era grandemente empregada pelos militares britânicos na Segunda Guerra Mundial.